Taiwan TSMC e o futuro incerto.
Enviado: 17 Abr 2025 21:59
Olá!
Por Willian Huo
A TSMC acaba de registrar lucros expressivos, mas suas ações estão despencando. Não se trata de chips ou lucros. Trata-se de Taiwan, China, e de um futuro que Wall Street tem medo de revelar em voz alta, mas já está precificando.
A TSMC acaba de registrar um salto de 54% nos lucros. É a joia da coroa dos semicondutores globais, fornecendo chips para Apple, Nvidia, AMD e praticamente todos os titãs da tecnologia. No entanto, suas ações caíram 20% este ano. Os fundamentos são fortes. O mercado está reagindo a algo diferente.
Não se trata de lucros, margens ou mesmo concorrência. O mercado vê a TSMC não como uma empresa, mas como um estopim geopolítico. Cada trimestre sem uma resolução sobre Taiwan é apenas mais um sinal de alerta rumo à detonação.
A TSMC está localizada em uma ilha que a China chama de província desonesta e os EUA de parceira inegociável. Todos querem os chips. Ninguém quer o conflito. O problema é que o conflito não é opcional.
Os EUA estão investindo bilhões em fábricas no Arizona. Isso não é confiança. Isso é pânico. Washington sabe que não pode replicar Hsinchu. Nem o talento, nem o ecossistema, nem os trinta anos de know-how institucional.
O mercado também sabe disso. Então, está precificando o que os think tanks sussurram a portas fechadas. Isso termina com a China avançando sobre Taiwan. Podem ser eleições, bloqueios ou bombardeios. Mas o prazo não é infinito.
É a isso que os traders estão reagindo. Não ao desempenho. Não aos produtos. Apenas à constatação crua de que a TSMC está localizada em um território disputado. E a cadeia de suprimentos mais valiosa do mundo pode ter um prazo de validade.
A ironia é brutal. A TSMC é a unidade de manufatura mais avançada do planeta. Mas seu destino pode não depender do silício ou da escala, mas de uma decisão do Politburo e de alguns exercícios navais.
Os EUA querem os chips, sem o problema da soberania. A China quer a ilha, além das fábricas. E Wall Street? Só quer sair antes que a próxima crise chegue às manchetes.
É assim que se parece a desglobalização. Os chips costumavam ser sobre escala e eficiência. Agora, são sobre marinhas e interesse nacional. Cada ação da TSMC é uma aposta em quanto tempo a ilusão de estabilidade pode durar.
A TSMC não tropeçou. O mundo tropeçou. O prêmio de Taiwan acabou. O desconto da China é real. E os investidores estão silenciosamente sacando antes que a história os sacar primeiro.
https://www.barrons.com/articles/amd-st ... s-bdf5d10c

Saudações,
Itamar M. Lins Jr.
Por Willian Huo
A TSMC acaba de registrar lucros expressivos, mas suas ações estão despencando. Não se trata de chips ou lucros. Trata-se de Taiwan, China, e de um futuro que Wall Street tem medo de revelar em voz alta, mas já está precificando.
A TSMC acaba de registrar um salto de 54% nos lucros. É a joia da coroa dos semicondutores globais, fornecendo chips para Apple, Nvidia, AMD e praticamente todos os titãs da tecnologia. No entanto, suas ações caíram 20% este ano. Os fundamentos são fortes. O mercado está reagindo a algo diferente.
Não se trata de lucros, margens ou mesmo concorrência. O mercado vê a TSMC não como uma empresa, mas como um estopim geopolítico. Cada trimestre sem uma resolução sobre Taiwan é apenas mais um sinal de alerta rumo à detonação.
A TSMC está localizada em uma ilha que a China chama de província desonesta e os EUA de parceira inegociável. Todos querem os chips. Ninguém quer o conflito. O problema é que o conflito não é opcional.
Os EUA estão investindo bilhões em fábricas no Arizona. Isso não é confiança. Isso é pânico. Washington sabe que não pode replicar Hsinchu. Nem o talento, nem o ecossistema, nem os trinta anos de know-how institucional.
O mercado também sabe disso. Então, está precificando o que os think tanks sussurram a portas fechadas. Isso termina com a China avançando sobre Taiwan. Podem ser eleições, bloqueios ou bombardeios. Mas o prazo não é infinito.
É a isso que os traders estão reagindo. Não ao desempenho. Não aos produtos. Apenas à constatação crua de que a TSMC está localizada em um território disputado. E a cadeia de suprimentos mais valiosa do mundo pode ter um prazo de validade.
A ironia é brutal. A TSMC é a unidade de manufatura mais avançada do planeta. Mas seu destino pode não depender do silício ou da escala, mas de uma decisão do Politburo e de alguns exercícios navais.
Os EUA querem os chips, sem o problema da soberania. A China quer a ilha, além das fábricas. E Wall Street? Só quer sair antes que a próxima crise chegue às manchetes.
É assim que se parece a desglobalização. Os chips costumavam ser sobre escala e eficiência. Agora, são sobre marinhas e interesse nacional. Cada ação da TSMC é uma aposta em quanto tempo a ilusão de estabilidade pode durar.
A TSMC não tropeçou. O mundo tropeçou. O prêmio de Taiwan acabou. O desconto da China é real. E os investidores estão silenciosamente sacando antes que a história os sacar primeiro.
https://www.barrons.com/articles/amd-st ... s-bdf5d10c
Saudações,
Itamar M. Lins Jr.