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Sou programador, o mágico atende na sala ao lado!

Enviado: 01 Nov 2009 19:20
por Dr.Microso
Colegas, salve!

Já me aconteceu e presumo que com outros daqui, aquela situação onde alguns novos clientes, emboram necessitem muito de seu produto, chegam a propor um contrato onde quase você tem que "furar o seu dedo junto com o dele", numa garantia extensível que cubra a funcionalidade e suporte da sua solução e... Raios, trovões, tsunamis, incêndios... É incrível!
Sabemos que em parte este comportamento pode ser conseqüência de medo, excesso de previdência, má-informação (alguns clientes são naturalmente confusos)... Mas também ser resultado de experiência anterior com os ditos "profissionais" do nosso meio, onde a principal característica marcante do uso de suas soluções implantadas seja a AIDS (Arrependimento Incontrolável Depois do Software)...

Acabei encontrando uma matéria no contexto, achei interessante e compartilho com vós...
Um forte abraço a todos!
Joselito Nascimento, em outro local do ciberespaço escreveu:
Por inúmeras vezes, deparei com o seguinte questionamento por parte do meu provável cliente, aquele que está na agulha para fazer parte do seu portfólio. “Mas eu não vou ter problemas com o sistema não né?”, confesso que aos primeiros clientes (não posso precisar quantos, pois isso já faz algum tempo) respondi de forma automática: claro que não!

Essa minha resposta pré-moldada, e que na verdade não era só minha, fazia parte da bagagem de muito outros programadores e ainda faz, principalmente dos novatos, estava na verdade, envolvida num verdadeiro emaranhado de sentimentos:
MEDO – em dizer o contrário e perder o provável cliente;
INGENUIDADE em às vezes acreditar mesmo que problemas não iriam existir;
EXCESSO DE CONFIANÇA em acreditar que todas as rotinas haviam sido extensivamente testadas , abrangendo de forma efetiva, todas as situações adversas que poderiam ocorrer;
FEELING em acreditar que essa é a melhor resposta, segundo manual de marketing daquele curso de uma semana que você acabou de fazer;
ANSIEDADE de sair dali com uma resposta positiva e comemorar com sua namorada, esposa ou sócio mais uma vitória; entre outros tantos de importância igual ou maior que os citados. Entretanto uma coisa importantíssima ficou faltando nesta resposta, uma coisa que deveria servir de lastro em todas suas conquistas, e que te dará consistência e confiabilidade em todos os seus futuros passos – A VERDADE.

Quem em sã consciência pode garantir que o seu sistema não apresentará problemas?
Digo isso, porque em muitos casos, existe certa distância entre o que nós de TI e o que nosso cliente entende por “Problema no Sistema”.
Nós podemos distinguir claramente os problemas oriundos do “Sistema”, da máquina, da rede ou do OS, que para nós são problemas distintos e perfeitamente identificáveis, já para o cliente, principalmente os que não possuem a figura do responsável pela TI em suas empresas, resumindo, a grande maioria, “Ocorreu uma corrupção na tabela de clientes” ou “Ocorreu uma falha no registro do Windows” ou mesmo “Um setor do HD está com Bad Block” resume-se a: “Estava trabalhando normalmente e de repente o sistema deu pau...!”, ou ainda, “Mas só acontece no seu sistema, o Word funciona normalmente..!”.

Adicione a tudo isso, a palavra abalizada daquele técnico pouco qualificado, mas de extrema confiança do seu cliente dizendo: “É... Isso só pode ser problema no sistema..”. Até você mostrar a real causa do problema e provar que o mesmo não foi proveniente do sistema, já se vai alguns cabelos da sua ex-vasta cabeleira e algu]ns créditos de sua poupança pessoal de paciência, salientando-se que, provar, muitas vezes não significa restaurar a satisfação do seu cliente.
Por isso e por muito mais, aprendi a dizer a resposta correta a indagação, citada no inicio, ao meu provável cliente, “Não posso garantir que não irá apresentar problemas, pois o seu perfeito funcionamento depende de outras variáveis, sistema operacional, equipamentos, rede e usuários, o que eu posso garantir é que sua empresa terá um pronto atendimento se ocorrer algum problema com o sistema.”, complementando, apenas em pensamento claro....”Sou programador, o mágico atende na sala ao lado...”.
http://www.linhadecodigo.com.br/Artigo.aspx?id=2332

Re: Sou programador, o mágico atende na sala ao lado!

Enviado: 02 Nov 2009 10:32
por gvc
Acredito que todos tenhamos passado por algo do tipo na nossa vida profissional.
Temos/tivemos os mais variados tipos de clientes. Desde o que não entende nada de informática até aqueles que (acham) que sabem tudo.
Clientes que pediram orçamento para um sistema que parecia um lego e que depois queriam que vc entegasse um porta-aviões (verdadeiro).
Clientes que pediram uma coisa e queriam que vc entregasse outra.
Tem aqueles que "acertam" a configuração da máquina ou o amigo do sobrinho do tio do colega de classe do filho configurou a máquina para rodar o snifriopari (aquele joguinho idiota que ninguem sabe de onde vem) e tudo para de funcionar.

Poderia ficar aqui (outros tb) postando verdadeiras perolas dos nossos usuários.
Acho melhor colocar algo cosntrutivo.

Lendo e iniciando o uso de UML, vi que dá para documentar devidamente o que o sistema precisa e deve fazer. O usuário consegue ler e entender o que receberá. Dá trabalho, mas quando estiver pronto o usuário saberá o que vai receber e vc saberá o que ele realmente quer.

Estamos trabalhando com Contagem de Ponto de Função (juro que eu estou aprendendo).
Usando isso vc consergue ser mais realista na hora de entregar um orçamento para o cliente. Qual a mágica do Ponto de Função? Como a regra é a mesma, independete de linguagem, é possível estabelecer exatamente o que será entregue, como uma obra de engenharia. Se o cliente pedir para fazer "mágica" durante o desenvolvimento, é só verificar/apresentar a recontagem. Quando ele ver que o novo botão, que apareceu de última hora (na idéia dele) vai mudar o custo do projeto, ele vai pensar se realmente vale pagar o custo.

Com Scrum, vc consegue fazer um "cronograma" e acompanhar corretamente o desenvolvimento da equipe e do projeto.
Vc apresenta para o cliente o que ele pediu e como/quando será desenvolvido. Mudanças de última hora sempre acontecem, mas vc e o cliente podem resolver o que será postregue e o que será cancelado para atender o cronograma de entrega.
Se o cliente apresentar uma nova necessidade, o projeto é reavalidado e é estimado o tempo necessário para atender. Só que a data final precisará mudar. Se não for possível, algo do projeto deverá sair. Caberá a vc e ao cliente resolver o que poderá / deverá ser sacrificado.

Tudo acima e mais um monte de outras coisas ajudam, mas dá trabalho implantar.
Mas se vc é de uma empresa pequena, solo ou free-lance? Como colocar isso para funcionar?
Acredito que aos poucos. Com paciência e adaptação. Não dá para sair de uma coisa que usamos a anos e colocar técnicas novas (várias) de um dia para o outro.
Estudo, busque informações, procure adapter-se.
A primeria vez que o cliente pedir uma mágica entre o que ele orçou e o que quer que vc entregue e a documentação deixou bem claro para as duas parte e (principalmente) ele assinou essa documentação, vc verá que valeu a pena o trabalho.

Mas ainda existem os desenvolvedores bang-bang. Falam um pouco com o cliente, entendem por cima o que é para fazer e já se posicionam na frente do computador e disparam código para todos os lados. Eles vão matar o bandido, mas tb vão matar boa parte da cidade. Bom. Desculpem, mas esse tipo de profissional esta cheio por ai e poluem a nossa profissão. Mas vcs já sabem que o mercado vai acabar com ele, ou deixará em um local restrito.

Pensem no que foi postado acima e vamos tentar evoluir o nosso modo de trabalhar.

(continuamos a falar sobre isso depois. O meu pequeno esta aqui avisando que é o horário de dar atenção para ele)